Alessandro

A urgência da visão

Há 12 anos, Alessandro Tiago Miguel resolveu tomar uma decisão que mudaria sua vida. A partir daquele momento, ele passaria a trabalhar como missionário em tempo integral. Desde então, ele busca direcionar seus dons e talentos em prol do Reino de Deus e da expansão do Evangelho.

Atualmente, Alessandro faz parte do time de missionários da AMME evangelizar e ocupa o cargo de diretor regional da OneHope no Brasil. Como as duas organizações são parceiras da Visão 2030, ele está intimamente ligado a ideia da visão de apresentar o Evangelho de forma relevante para todas as crianças, adolescentes e jovens até 2030, de modo que eles deem fruto.

Em entrevista para a equipe da Visão 2030, ele avalia o trabalho que está sendo desenvolvido, a perspectiva para o futuro e também fala sobre como tenta aplicar os conceitos do movimento global de evangelização em seu ministério pessoal. Confira a conversa abaixo:

A Visão 2030 é a sua Visão? Por que?

A Visão 2030 é minha visão, apesar de eu nunca ter vivido para cumprir uma visão com data de término, ou meta quantitativa. É um pouco desconfortável lidar com um prazo tão curto para um alcance tão amplo. A Visão 2030 gera desconforto, e é por isso que eu a assumi, e é ela, atualmente, que tem aflorado meus principais conflitos ministeriais. Eu sempre senti que a grande comissão era urgente, mas nunca me senti tão desconfortável com ela. Eu, desde então, prefiro o desconforto de uma tarefa urgente, próxima e abrangente, a um conforto estagnado e omisso.

Como está a sua saúde ministerial? Conte um pouco do seu ministério e como ele está ligado à Visão 2030 atualmente.

Quando você é liderado, sente ao menos que alguém está adiante, delimitando o caminho, os riscos, e os assumindo antes de transmiti-los ao liderado. Nessa condição, nossa avaliação sobre saúde ministerial é diferente. Mas quando você vai para o front, e vê que o assunto é primeiro com você, se sente mais frágil e em transição. Conduzir meu ministério (trabalho, igreja, família e metas pessoais) para dentro de uma visão que modela tudo é a transição que enfrento agora. Hoje olho para cada adolescente e jovem que pastoreio como meu sucessor, e como aqueles que precisam estar prontos para que a Visão 2030 seja real, não somente agora.

Você tem trabalhado no desenvolvimento de líderes da nova geração em sua região?

Sim, tenho falado de vocação, aconselhado pessoas e me disposto a discipular de perto algumas pessoas que almejo ver em posição de liderança formal e informal dentro de algum tempo. Tenho procurado entender como Deus pode me usar na área da música para que mais pessoas o sirvam, e conheçam sua Palavra de maneira rica e cativante, mas isso ainda está em processo. Em paralelo tenho avaliado minhas limitações e procurado os principais meios para, em pouco tempo, começar a fortalece-los e me preparar para essa longa jornada.

Você tem conseguido atrair parceiros para Visão 2030? Na sua opinião, os ministérios que trabalham com crianças, adolescentes e jovens têm entendido a urgência da evangelização das novas gerações?

Atualmente tenho trabalhado mais para preparar a estrutura do ministério para atender aos requisitos da visão, do que buscado novas parcerias. Sinto que os parceiros que temos estão ainda, mais focados em realizar o evento e atender ao público presente, do que aderindo a Visão 2030 para seus ministérios, e a incluindo em suas diretrizes organizacionais. Potencialmente todos eles são capazes de fazê-lo se quiserem, mas penso que isso exigirá mais tempo e diálogos.

Como você avalia o alcance do trabalho que tem sido realizado no seu país ou região? As igrejas estão abraçando e adotando a Visão 2030 como a própria Visão?

O alcance tem sido surpreendente. A quantidade de igrejas alcançadas nas conferências iniciadas a menos de um ano demonstra isso. Voltamos a regiões que há anos não tínhamos presença, e disponibilizamos material evangelístico em mais lugares desde então. Só em 2017 doaremos 5 milhões de Livros da Vida, em 14 Estados, por meio de 17 pontos de distribuição, para aumentar o acesso da igreja ao material.

Fazemos isso, fornecimento de material e treinamento em muitos lugares, pois acreditamos que a evangelização abundante ajuda a Igreja Brasileira a reorganizar suas prioridades. Estou seguro de que qualquer igreja que prioriza a evangelização e discipulado, já tem a Visão 2030, ou está em processo de aprofundamento. Não acho que ela esteja abraçando com toda a sistemática que gostaríamos, pois a Igreja Evangélica é pouco sistemática com o que precisa, mas ela está entendendo nosso recado, e está sentindo que esse é o caminho.

Seja pelo caminho da sistemática de trabalho e foco, ou pela adoção da Visão 2030 como fonte de inspiração para projetos evangelísticos, creio que veremos melhores resultados quando todos se convencerem de que a Visão não é da AMME apenas, é da igreja. Se mais igrejas e organizações falarem disso, o movimento de evangelização ganhará força e consistência em poucos anos.

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